ANÁLISE Os 20 melhores pilotos da história: F1 acerta em “possível pódio”, porém comete absurdo histórico

Michael Schumacher, Ayrton Senna e Lewis Hamilton foram os primeiros citados; Nelson Piquet e Emerson Fittipaldi não tiveram menção

ANÁLISE Os 20 melhores pilotos da história: F1 acerta em “possível pódio”, porém comete absurdo histórico
Ayrton Senna foi listado entre os 20 melhores pilotos da história da F1 _Foto: Reprodução/Instagram/@sennabrasil

Independentemente da modalidade em questão, as listas de melhores ou maiores esportistas sempre geraram polêmica. O fascínio em definir quem é o GOAT (Greatest of All Time) rende boas conversas de bar. Assim como no futebol, o automobilismo, sobretudo a F1, desperta debates acalorados entre os fãs e entusiastas. Afinal, vários pilotos cravaram seus nomes na história da maior categoria do esporte a motor. Para aumentar ainda mais a discussão, o site oficial da marca divulgou uma lista com os 20 melhores da história, em comemoração aos seus 75 anos. Ela agrada, porém desagrada:- Michael Schumacher (7 títulos)

- Ayrton Senna (3 títulos)

- Lewis Hamilton (7 títulos)

- Max Verstappen (4 títulos)

- Alain Prost (4 títulos)

- Juan Manuel Fangio (5 títulos)

- Jackie Stewart (3 títulos)

- Sebastian Vettel (4 títulos)

- Niki Lauda (3 títulos)

- Alberto Ascari (2 títulos)

- Fernando Alonso (2 títulos)

- Graham Hill (2 títulos)

- Mario Andretti (1 título)

- Jim Clark (2 títulos)

- Jack Brabham (3 títulos)

- Gilles Villeneuve (nenhum título)

- John Surtees (1 título)

- Nigel Mansell (1 título)

- Stirling Moss (nenhum título)

 

A lista não possui uma ordem específica de numeração. Entretanto, os nomes de Michael Schumacher, Ayrton Senna e Lewis Hamilton foram listados no início. Com isso, a interpretação é de que a F1, mesmo inconscientemente, entende que os três pilotos formam o pódio. Escolha que enxergo acertada, já que a maioria dos fãs sempre destaca o alemão, o brasileiro e o inglês no topo de listas montadas. Normalmente, o que varia é a ordem. 

 

No meu Top 10 All-Time, por exemplo, Senna é o primeiro. Dono de um talento único, arrojo incomparável e relevância que extrapola gerações. Já Hamilton aparece em segundo, com reais chances de ser o número 1. Piloto consistente e cerebral que quebrou os principais recordes possíveis na categoria. Caso ganhe o oitavo título pela Ferrari, seria difícil encontrar argumentos para refutar a presença do britânico no topo. Por sua vez, Schumacher figura na terceira posição. Esportista que melhor entendeu a importância de contar com uma equipe forte ao seu lado. 

Além do “Big Three”, outro acerto da lista é destacar Max Verstappen como “quarto colocado”. O holandês é tratado como o atual talento geracional da categoria e único candidato a quebrar os recordes de Hamilton a longo prazo. Resta saber se Max terá a mesma ambição e longevidade de Lewis.

 

Em contrapartida, o Top 20 montado pela F1 erra em descartar dois brasileiros que foram fundamentais para a categoria: o tricampeão Nelson Piquet e o bicampeão Emerson Fittipaldi. Piquet é considerado por muitos especialistas, um dos pilotos mais inteligentes e estrategistas da história. Campeão mundial pela Brabham (1981 e 1983) e pela Williams (1987), Nelson dominava, como poucos, a parte mecânica dos carros. Além dessa característica, o carioca gerou impacto à categoria com a implementação de inovações como, por exemplo, a utilização dos cobertores elétricos para potencializar o aquecimento dos pneus. Já Fittipaldi foi o terceiro grande nome da década de 70 na F1. Período em que a categoria começava a conquistar o seu glamour de forma gradual. Campeão pela Lotus (1972) e pela McLaren (1974), o paulista ganhou dois mundiais em uma época dominada pelos geniais Niki Lauda e Jackie Stewart.

 

Para fechar, é fundamental destacar que listas costumam ser subjetivas. O que temos de objetivo são apenas os números. Além disso, o exercício de imaginação prevalece na análise. Até porque, cada piloto possui a sua característica e época de atuação. E como sabemos, a F1 vive uma constante evolução. Os carros de hoje são completamente diferentes dos utilizados há 30 ou 40 anos. Outra tecnologia. Outro preparo. Quase outro esporte. Porém, absurdos devem ser criticados. Deixar Piquet e Fittipaldi fora dos 20 melhores é um verdadeiro absurdo histórico.