Mães Atípicas de Sabinópolis se unem em busca de direitos e apoio para filhos com autismo
Mães sabinopolenses se unem para enfrentar os desafios de criar filhos com necessidades especiais
A chegada do diagnóstico de autismo em uma criança frequentemente redireciona todas as atenções e cuidados da família para o bem-estar desse filho. Em muitos lares brasileiros, onde as responsabilidades domésticas ainda recaem principalmente sobre as mulheres, as mães acabam assumindo, por vezes sozinhas, o papel de cuidadoras exclusivas dos filhos com necessidades especiais. Em Sabinópolis, essa dedicação é frequentemente acompanhada de abandono da vida profissional, dada a falta de flexibilidade das empresas locais em acomodar as necessidades dessas famílias. A sobrecarga física e emocional sem suporte adequado leva muitas mães a um esgotamento extremo.
Essa foi a realidade de várias mães sabinopolenses que, em 2021, decidiram se organizar e enfrentar juntas as dificuldades que viviam. Sob a liderança de Claudiana e Dioanna, um grupo de apoio foi criado no WhatsApp, reunindo mais de 47 mães que compartilham os mesmos desafios. O grupo, que começou de forma despretensiosa, hoje é um importante espaço de acolhimento e troca de experiências. Nele, essas mulheres encontram apoio emocional e discutem as demandas diárias da criação de filhos com autismo, TDAH, TDO, microcefalia, síndrome de Down, esquizofrenia e outras condições. Com uma visão inclusiva, o grupo acolhe todas as deficiências e condições, ampliando a rede de apoio às famílias.
Claudiana, uma das fundadoras do projeto, relembra as dificuldades e a luta contínua por direitos básicos, que ainda estão longe de ser plenamente garantidos. “As demandas são muitas, e várias crianças ainda não têm acesso a terapias fundamentais para seu desenvolvimento”, afirma. A busca do grupo vai além do acolhimento: elas querem visibilidade e avanços concretos em políticas públicas que atendam as famílias de Sabinópolis.
Recentemente, o grupo organizou uma ação na praça central da cidade para sensibilizar a população e chamar a atenção das autoridades para a inclusão e os direitos dessas famílias. Segundo Claudiana, apesar de existirem direitos assegurados, como o acesso à saúde, terapias e proteção contra discriminação no mercado de trabalho, essas garantias nem sempre se materializam na prática.
“Estamos unidas para lutar pelos nossos direitos, porque sabemos que apenas juntas faremos com que nossos objetivos se concretizem. Queremos políticas públicas efetivas e inclusão para nossos filhos”, conclui Claudiana. O grupo de mães não é apenas uma rede de apoio, mas também uma força ativa na construção de uma Sabinópolis mais inclusiva e acolhedora.
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