Moro ataca Bolsonaro por lei que dificulta punição a corruptos

Por RENATO ALVES
Cotado como candidato a presidente da República, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (sem partido) criticou a nova Lei de Improbidade Administrativa, que afrouxa a punição de políticos e gestores corruptos, omissos e negligentes.
“As mudanças relatadas por deputado do PT retiram de cena mais um instrumento contra à corrupção. O presidente da República poderia ter vetado, mas preferiu o retrocesso”, escreveu Moro em sua conta no Twitter.
Ele deixou o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) sob alegação que o presidente, além de não apoiá-lo no combate à corrupção, tomava medidas para enfraquecer instituições, em especial a Polícia Federal e o Ministério Público.
Há inclusive um inquérito que apura a suposta intervenção de Bolsonaro na Polícia Federal para atrapalhar investigações contra filhos e aliados dele. O procedimento foi aberto com base nas declarações de Moro, após sua saída do governo.
Já na terça-feira (26), o procurador Deltan Dallagnol também atacou o "projeto que esvazia a lei que, desde 1992, era importante instrumento do combate à corrupção". "Caem por terra as ações da Lava Jato contra políticos, partidos e empresas", afirmou.
Dallagnol era o principal nome da força-tarefa da Lava-Jato, que culminou em condenações de políticos e empresários por Sergio Moro. Algumas dessas decisões foram anuladas depois pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex-presidente Lula (PT) é um dos beneficiados. Ele deve disputar a corrida presidencial em 2022 contra Bolsonaro e Moro. O ex-juiz é tido como um dos nomes da chamada terceira via, que se apresenta como alternativa à polarização Lula-Bolsonaro.
Comentários (0)
Comentários do Facebook